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Fernando Santa Cruz foi morto na “Casa da Morte”, conta livro de ex-marido de Míriam Leitão

A chamada casa da Morte, em Petrópolis, RJ: centro de tortura e assassinato da Ditadura

O escritor Marcelo Netto, ex-marido da jornalista Míriam Leitão, já contou, no livro “Memórias de uma Guerra Suja”, publicado em 2012 como desapareceu, quem matou e onde o militante Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB-SP. Foi em 1974, na chamada “Casa da Morte”, centro de tortura e assassinato mantido pela Ditadura Militar no estado do Rio de Janeiro.

Localizada na cidade de Petrópolis, na rua Arthur Barbosa, 668, atual Arthur Barbosa, 50, era de propriedade do empresário alemão Mario Lodders, um simpatizante do regime que a cedeu ao Exército. Foi montada por ordem do então ministro do Exército Orlando Geisel, que determinou que todos os presos políticos banidos anteriormente do país deveriam ser executados se capturados novamente em território brasileiro.

A existência do local se tornou pública com as denúncias da única sobrevivente que passou temporada no local, a dirigente da organização VAR-Palmares Inês Etienne Romeu. Ela foi cativa, estuprada e torturada por mais de três meses na propriedade emprestada ao Exército. Acabou por ser solta ainda em vida, sendo a primeira a falar da Casa.

No livro do ex-marido de Míriam, o ex-delegado de Polícia Cláudio Guerra confessa a responsabilidade pelo transporte de corpos de pessoas mortas e torturadas durante a Ditadura Militar, incluindo o de Fernando Santa Cruz, como se vê na imagem abaixo

Como se nota, é o próprio transportador do cadáver quem admite que foi a Ditadura Militar quem matou Fernando Santa Cruz. A mitomania reina absoluta no governo de Jair Bolsonaro.