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FHC diz que “Lula é candidato dos sonhos de Bolsonaro” e que “Centro precisa ter lado”

O ex-presidende Lula recebe a visita de Fernando Henrique Cardoso, no Hospital Sírio Libanês Ricardo Stuckert / Instituto Lula/Divulgação

Do Estadão:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que o Brasil está “precisando de lideranças”. Para uma plateia digital de mais de cem dos principais empresários e dirigentes do setor do varejo, que participaram do evento “Quando os presidentes se encontram”, organizado na noite de quinta-feira pela Gouvêa Ecosystem, o tucano foi direto. Disse que, passada a pandemia do coronavírus, será cada vez mais necessário que o Brasil tenha uma liderança adequada para reorganizar seu rumo. (…)

Perguntado sobre o cenário de 2022, o ex-presidente bateu na tecla da importância do surgimento de lideranças que dêem conta dos efeitos da pandemia. “O fato é que alguns problemas vão bater de cara conosco. Um é óbvio. O desemprego cresceu muito no Brasil. Já vinha crescendo. Mas se acelerou”, disse. (…) Segundo ele, a polarização com Lula é o cenário ideal defendido por Bolsonaro, na expectiva de que ele seria capaz de vencer o petista, caso a disputa se restrinja aos dois. “Tenho a impressão que Lula é o candidato dos sonhos do Bolsonaro porque polariza. E na polarização ele ganha de novo”, explicou. (…)

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Fernando Henrique foi questionado sobre a possibilidade de surgir uma candidatura competitiva no centro, como alternativa a Bolsonaro e Lula. Para ele, esse seria o cenário ideal. Mas defende que esse perfil não seja meramente um meio termo entre os pólos políticos representados hoje por Bolsonaro e Lula. O ex-presidente acha que o representante dessa corrente precisará ter posições fortes se quiser vencer. “Centro não pode ser uma coisa anódina. Isso aí não ganha. Centro tem de ter lado. E qual lado tem de ser importante no Brasil? Tem de ser o Centro progressista. Tem de ser progressista na economia. Tem de entender que o nosso sistema é esse aí que está e tem de melhorar. Precisamos de capacidade tecnológica. Temos de dar muita atenção à Educação”, disse. E mostrou-se disposto a ajudar um candidato que “simbolize o progresso”.

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