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Filha de Djavan cede prédio a sem-teto em troca de vaquinha

Reportagem de Guilherme Seto na Folha.

Na avenida São João, número 288, a poucas quadras dos escombros do desabado edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, está o antigo Hotel Central.

Construído em 1918 pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, que idealizou obras como o Theatro Municipal, o Palácio dos Correios e o prédio da Pinacoteca, o edifício hoje é ocupado por cerca de 200 pessoas do movimento FLM (Frente de Luta por Moradia) —que contam com o apoio daquela que reconhecem como proprietária do imóvel.

A cantora, escritora e filósofa Flávia Virgínia, 46, filha do cantor e compositor Djavan, tem um acordo com os moradores do elegante prédio de quatro andares, que possui 40 apartamentos e uma fachada adornada por elementos barrocos, com colunas, volutas, portas-balcão e mansardas.

Segundo explicam os moradores —sem citar Flávia, que pede que sua participação não seja motivo de publicidade—, o dinheiro que sobra da contribuição voluntária mensal feita por todos deve ser investido em obras no imóvel.

Enquanto o entendimento vigora, ela não solicita a reintegração de posse, e fica com um valor próximo de R$ 6.000 para suas necessidades pessoais. Cada um dos moradores participa com quantias entre R$ 80 e R$ 150. O imóvel tem valor venal de R$ 4,5 milhões.

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Flávia Virgínia, filha do cantor Djavan, que teria cedido prédio ocupado por sem-teto – Reprodução