Filha de Lula ficou dois anos sem falar com a mãe depois do debate com Collor
Do dia:
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Agora, como foi para você aquele dia em que o Collor exibiu um depoimento da sua mãe dizendo que o Lula a tinha incentivado a abortar uma criança que, na realidade, era você? O que passou pela sua cabeça?
A gente sabia que ia passar aquele depoimento, porque uma assessora do Collor deixou a campanha dele quando soube dessa baixaria. Na hora em que minha mãe entrou no ar, o Ricardo Kotscho (assessor de imprensa do Lula) veio me buscar e me “escondeu na casa dele. E as pessoas não queriam saber se era uma menina de 15 anos, queriam vir atrás de mim…
E depois disso? Como ficou sua relação com sua mãe?
Dois anos sem falar com ela. Eu não sei lidar com mentira nem com baixaria. Era criada pela mãe da minha mãe, e ela, quando viu aquilo na TV, disse “nossa, mas não foi nada disso que aconteceu…”. O problema, depois, é explicar para o mentiroso que aquilo ali tudo é mentira. Eu já conhecia minha história.
E anos depois, o mundo dá voltas, seu pai como presidente abraçou o Collor como senador.
Eu nunca falei isso pro meu pai, mas não teve cena mais prazerosa do que ver ele (Collor) se referir ao Lula como “presidente”. Não há prazer maior de ver o Collor, o homem que saiu pela porta dos fundos, ter que chamar de presidente o homem que foi aclamado pelo povo quando deu a faixa para Dilma. Dizem que vingança é um prato que se come frio… Não é vingança, sabe? É justiça.
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