Filha de patriarca da família Maggi questiona na Justiça herança recebida há 20 anos

Carina Maggi Martins, uma das filhas de André Antônio Maggi, fundador de um império da soja no Brasil, reabriu uma disputa judicial questionando a divisão de bens entre os seis filhos e a viúva há 20 anos, após a morte do pai.
Ela diz que foi enganada ao assinar um contrato que a retirou da condição de “herdeira” do testamento. As informações são do Estadão.
Carina é fruto um relacionamento extraconjugal e, em 2002, recebeu cerca de R$ 1,9 milhão (o equivalente a R$ 10,6 milhões em valores atuais).
Na época, o valor do patrimônio de André era estipulado em R$ 23,9 milhões. Na ocasião, apenas Carina concordou em ser a única a ceder seus direitos de herdeira e ser excluída desta condição, o que a retiraria de futuras divisões de bens.
Anos depois, ela passou a questionar o acordo e chegou a pedir a nulidade dele em 2007, mas o prazo para contestação já havia prescrito. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça declarou o processo de espólio como legal e acabou com as possibilidades de recurso.
Segundo Carina, os irmãos e a viúva podem ter feito uma manobra para blindar o real patrimônio de seu pai. Ao Estadão, a defesa dela afirmou que grande parte dos bens estavam em nome de empresas e, por conta disso, não entraram na primeira divisão, a única que Carina participou. O objetivo da defesa é quebrar sigilo de 12 empresas e localizar recursos no exterior, no período entre 1995 e 2006.