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Fim das restaurações prateadas: Brasil deixará de usar amálgama nos dentes; entenda

Homem com a boca aberta mostra restauração com amálgama em dente molar. Foto: NorGal/AdobeStock

O Ministério da Saúde anunciou a eliminação gradual do uso de amálgamas dentários, material prateado com mercúrio usado há mais de um século em restaurações, até 2030. A medida foi reafirmada durante a 6ª Conferência das Partes da Convenção de Minamata, em Genebra, e tem como objetivo reduzir o impacto ambiental do descarte inadequado desse composto. Segundo especialistas, quem já possui restaurações antigas não precisa substituí-las, pois não há riscos à saúde.

Entre 2019 e 2024, o uso de amálgama caiu de 5% para 2% dos procedimentos odontológicos realizados no Brasil. A transição para materiais como resinas compostas e ionômeros de vidro já ocorre nos consultórios e no SUS, embora unidades públicas ainda enfrentem dificuldades de estrutura e acesso a insumos modernos. A Anvisa já havia proibido, em 2019, a fabricação e importação do amálgama não encapsulado.

Dentistas destacam que o problema não está no uso, mas no descarte inadequado. “Hoje o amálgama nem é mais ensinado nas universidades. Já temos materiais tão bons ou melhores, com desempenho semelhante e sem impacto ambiental”, afirmou Bianca Soares Zambiasi, do Conselho Federal de Odontologia. Consultórios seguem protocolos de segurança para recolher e neutralizar resíduos com mercúrio, enquanto a substituição completa deve ocorrer até o fim da década.