Fim do auxílio emergencial e da MP 936 tende a aumentar pobreza, avalia economista
Do Sputnik News

Diante do recente crescimento dos casos da COVID-19 no Brasil, empresários questionam a possibilidade de uma extensão da MP 936 para manter o nível de atividade econômica no país. Para compreender este assunto, a Sputnik Brasil conversou com o economista Guilherme Mello.
Já se passaram nove meses desde que o presidente Jair Bolsonaro editou a MP 936, que autoriza a suspensão de contratos de trabalho durante o período de calamidade pública em razão da COVID-19. (…)
Diante deste quadro, os empresários brasileiros estão receosos. Há uma parte que defende abertamente a prorrogação da MP 936. A grande questão, porém, como ressalta o economista Guilherme Mello da Unicamp, é que apenas a prorrogação da medida provisória não será suficiente.
Segundo ele, o governo federal precisa “condicionar esta MP ao chamado orçamento de guerra”.
De acordo com Guilherme Mello, “as medidas que foram tomadas tiveram impacto muito grande. O fim desses benefícios tendem a reduzir renda, aumentar pobreza e ampliar o desemprego. Afinal, quem aderiu a MP tinha um tempo em que não poderia demitir. Mas esse prazo vai acabar, e as empresas vão, inevitavelmente, voltar a demitir”. (…)
“O problema no Brasil foi o acesso ao crédito. Ao passo que a MP foi editada logo no início, as políticas de microcrédito demoraram demais para serem implantadas. Eu acho que a MP deveria ser renovada, mas condicionada ao orçamento de guerra. Não é possível fazer transferência de renda com o teto de gastos vigente”, assinalou Guilherme Mello. (…)