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Fim do carro popular? Preço de entrada chega a R$ 67 mil com IPI menor

Peugeot 208, Renault Kwid e Fiat Mobi. Fotomontagem: Divulgação.

O chamado “carro popular” desapareceu do mercado brasileiro. Mesmo com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) aplicada pelo governo nos últimos anos, os modelos mais baratos disponíveis nas concessionárias partem de pelo menos R$ 67 mil, segundo levantamento feito com as tabelas atualizadas de montadoras. Esse cenário marca o fim da era dos veículos acessíveis que, por décadas, representaram a porta de entrada ao primeiro automóvel para milhões de brasileiros.

Diversos fatores explicam esse salto de preços. O principal deles é a exigência crescente por itens de segurança e tecnologia. Desde 2014, todos os carros vendidos no país devem ter obrigatoriamente freios ABS e airbags frontais. Em 2024, novas exigências incluíram controle de estabilidade e preparação para monitoramento de pressão dos pneus. Além disso, as exigências ambientais elevaram os custos de desenvolvimento e fabricação de motores mais limpos e eficientes.

Outro ponto central é o aumento nos custos de produção e logística. A alta do dólar, somada ao encarecimento de matérias-primas como aço, alumínio e semicondutores, afetou diretamente os valores finais dos veículos. Com margens de lucro reduzidas nos modelos de entrada, várias montadoras decidiram abandonar versões básicas ou retiraram completamente seus carros mais baratos do mercado.

Hoje, modelos como Fiat Mobi, Renault Kwid e Peugeot 208 Like ainda figuram entre os mais acessíveis, mas perderam o status de “populares”. Eles trazem menos equipamentos em suas versões básicas e, mesmo assim, já são considerados caros em comparação ao poder de compra da população. O resultado é que o carro zero se tornou um bem cada vez mais distante para a maioria das famílias brasileiras.