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Folha romantiza pobreza causada pela pandemia e diz que SP tem visual “diferente” com barracos

Crédito: Jorge Araujo/Fotos Públicas.

Da Folha:

Embaixo do viaduto Antônio Paiva de Monteiro, no bairro do Belém, na zona leste de São Paulo, a ajudante de cozinha Miriã Ruiz, 34, vive com o marido e o filho, de 1 ano, há cerca de dois meses. Assim como as outras famílias dali, eles moram em uma casa construída com tapumes, pedaços de madeira, telhas e alguns sacos de lixo, que ajudam a evitar vazamentos. O casal divide uma cama de solteiro, enquanto a criança dorme em um berço que ocupa grande parte do barraco. (…)

Ao lado de sua casa, mais um barraco começa a ser construído. Diferentemente dos outros que já estão de pé, a nova família deixou no espaço tijolos e outros materiais de alvenaria, dando a entender que sua permanência pode não ser tão passageira. As famílias que vivem embaixo do viaduto dividem o espaço que um dia foi ocupado por pedras instaladas pela Prefeitura de São Paulo para evitar a presença de pessoas em situação de rua ali. (…)

O Censo da População em Situação de Rua de 2019, realizado pelo governo municipal, estima que 24.344 pessoas vivam nessas condições. Dentre elas, 8,8% ocupavam viadutos. A região da Subprefeitura da Mooca, onde vive Miriã, é o segundo lugar com mais pessoas nesta situação (835). Com o recrudescimento da pandemia, porém, acredita-se que este cenário se agravou, levando famílias inteiras às ruas da cidade, mudando também o visual de São Paulo.

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