Forças Armadas estão vacinadas quanto à política, afirma novo ministro da Defesa de Bolsonaro
A jornalista Laís Alegretti entrevistou o general da reserva Fernando Azevedo e Silva na Folha de S.Paulo.
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O Alto Comando do Exército tem defendido descolar imagem das Forças Armadas do governo Bolsonaro. Como fazer isso? Não existe descolar porque não está colado. As Forças Armadas estão vacinadas em relação à política. Estamos muito vocacionados para nossa atividade-fim, que é cumprir o Artigo 142 [defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem].
Com um capitão reformado na Presidência e um general da reserva na vice, há como os militares não se enxergarem no Planalto? Esse governo foi eleito pelas regras democráticas. Eles têm origem e formação militar, que é boa.
Pregamos valores de companheirismo, disciplina, hierarquia. Estão aí legitimados pelo voto, não pela origem.
Um nome do Exército para a Defesa causa mal-estar com outras forças? Não tem mal-estar. A partir do momento que fui convidado, imediatamente os comandantes das três forças me ligaram parabenizando. Nas Forças Armadas, temos uma coisa muito positiva: a partir do momento que tem a decisão, todo mundo entra no mesmo barco.
Quem entra no lugar do senhor como assessor especial de Toffoli?Não pensamos em nomes. Toffoli já manifestou a vontade de ter outro militar aqui.
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, disse que para fechar o STF bastam “um soldado e um cabo”. O que achou? Foi em um contexto específico e ele já pediu desculpas. Esse é um assunto encerrado.
A sua saída da equipe de Toffoli para ir para a Defesa fortalece a relação do presidente eleito com o presidente do STF? Fortalece, porque já fiz um vínculo aqui nesses dois meses, particularmente no gabinete do ministro. Esse canal está estabelecido [do Executivo de Bolsonaro com presidência do STF].
O que motivou a ida do general Heleno para o GSI? Heleno é meu amigo mais velho desde o colégio militar e é um dos oficiais mais brilhantes que eu conheço. Acho que ele foi trocado por causa disto: ficando mais próximo, com contato diário com o presidente, será muito útil.
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