Fracasso com vacinação provocará efeito dominó na economia, alerta economista
Da Coluna de José Paulo Kupfer no UOL:

O preço do negacionismo do presidente Jair Bolsonaro, em relação à pandemia de Covid-19, que se dissemina por seu governo, ainda não pode ser inteiramente calculado. Mas já é possível arriscar uma ideia de quanto custará. Ninguém duvide de que será bastante alto.
Nem se fale em vidas perdidas, já acima de 200 mil brasileiros, ou em infectados, um total que já passa de 8,5 milhões, muitos com sequelas irreversíveis. Essa é uma conta que, infelizmente, ainda está longe de chegar ao fim, e não tem preço.
(…) Assumindo que a população de risco estaria toda vacinada até abril e metade dos adultos até agosto, com o restante recebendo a vacina até o primeiro trimestre de 2022, o BNB Paribas reduziu sua previsão de crescimento econômico, em 2021, de 3% para 2,5%. No Boletim Focus, no qual o Banco Central organiza as projeções do mercado financeiro, a expansão estimativa para atividade econômica ainda é de 3,4%, neste ano.
É um diagnóstico semelhante ao do economista Affonso Celso Pastore, referência em análise de conjuntura no Brasil. Em boletim a clientes de sua consultoria, na segunda-feira (18), Pastore resumiu assim as dificuldades que farão as projeções para a evolução do PIB em 2021 descerem para 3%: “Ao afetar negativamente a popularidade de Bolsonaro, o fracasso do governo na elaboração de um plano eficaz de vacinação, a violência da segunda onda de contágio, e a piora da atividade econômica aumentam os riscos de uma reação fiscal desordenada, com reflexos no câmbio, dificultando a tarefa do Banco Central.”
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