Freixo: Bolsonaro disse que foi ele quem mandou Flavio homenagear miliciano para “salvar a pele do filho”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (15), que Adriano da Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de extermínio que atua no Rio de Janeiro, era “um herói da Polícia Militar”, em 2005, quando foi homenageado pelo então deputado estadual e, hoje, senador, Flávio Bolsonaro. Adriano foi morto, no último dia 9, em uma ação das polícias da Bahia e do Rio em Esplanada (BA), após mais de um ano foragido.
“Quando Adriano da Nóbrega é expulso da Polícia Militar por envolvimento com o jogo do bicho, sua e mãe e esposa continuam trabalhando no gabinete de Flávio. Informações de investigação do Ministério Público mostraram que o dinheiro delas ia para o próprio Adriano. Ou seja, ele era tão ‘herói’ a ponto de receber do gabinete?”
O questionamento é do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que presidiu a CPI das Milícias na Assembleia do Rio, em 2008, ouvido pela coluna.
Ainda de acordo com o presidente, foi ele quem “determinou”, na época, que Flávio condecorasse Adriano, quando o policial esteve preso pela morte de um guardador de carros.
Na avaliação de Freixo, ele está chamando para si a responsabilidade a fim de “salvar a pele do filho”, investigado pelo Ministério Público do Rio sob a suspeita de ficar com parte dos salários dos funcionários – a chamada “rachadinha”. E também com relações mal explicadas com Adriano, um chefe de matadores de aluguel. “Fabrício Queiroz, amigo de Adriano, trabalhava no gabinete de Flávio, mas era ligado a Jair. O presidente vai assumir as negociações de Queiroz também?”, questiona Freixo.
De acordo com o deputado, isso não é surpresa, uma vez que, segundo ele, o presidente sempre defendeu grupo de extermínio. “Naquela época, ele considerava Adriano um herói por conta de tudo o que fazia.”
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