Fumaça dos incêndios na Austrália passa por Chile, Argentina e Uruguai, e chega ao Rio Grande do Sul

Da Folha:
Percorrendo mais de 12 mil quilômetros carregada pelo vento, a fumaça dos incêndios florestais que afetam a Austrália chegou ao sul do Brasil, mais especificamente ao Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (7).
Isso ocorre por que tanto o Rio Grande do Sul como a Austrália estão localizados praticamente na mesma altura do globo terrestre, entre os paralelos 25 e 30 ao sul do Equador, explica a meteorologista Estael Sias, da Metsul, que tem monitorado o fenômeno. Paralelos são círculos que configuram as coordenadas geográficas de maneira horizontal – os meridianos, na vertical.
Antes de chegar ao estado sulino, a fumaça passou pelo Oceano Pacífico, parte do Chile, da Argentina e Uruguai, carregada por uma corrente de vento na direção que se movimente de oeste a leste do planeta. Nesses países, a fumaça foi percebida ainda na segunda-feira (6).
“Existe uma corrente de vento, a cerca dez mil metros de altura [dez quilômetros], que tem uma velocidade que varia de 200 a 300 km/h. As nuvens do tipo pyrocumulus, que se formam quando há atividade vulcânica ou incêndios, por exemplo, jogam a fuligem para altitude. Quando a fuligem chega lá, a corrente de vento transporta a fumaça”, explica Sias, mestre em meteorologia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP (Universidade de São Paulo).
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