Funarte diz que música deve ser ‘para a glória de Deus’ e nega apoio a festival

Festival antifascista não receberá financiamento público por causa da Funarte. Isso com Mario Frias na chefia da secretaria de Cultura.
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Funarte e Mario Frias
Um festival de jazz na Bahia foi impedido de captar recursos via Lei Rouanet pela gestão Mario Frias, que comanda a Cultura no governo Bolsonaro.

Esse processo foi analisado dentro do âmbito da Fundação Nacional das Artes num documento carregado de referências religiosas. O parecer desfavorável ao Festival de Jazz do Capão, que está em sua nona edição, começa. “o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”, atribuída a Johann Sebastian Bach. No Facebook, o Festival de Jazz do Capão, na Chapada Diamantina fez um post. O post foi em 1º de junho uma imagem se declarando “antifascista e pela democracia”.
Postagem é apontada pelo parecer como uma das motivações do parecer ter sido negativo. “Localizamos uma postagem do dia 1º de junho de 2020, com uma imagem, contendo um ‘slogan’ para ‘divulgação’. Com a denominação de Festival Jazz do Capão, na plataforma Facebook. A qual complementou os fundamentos para emissão deste parecer técnico”, afirma o parecer. Nessa seção “Sobre a aplicabilidade da lei federal de incentivo à cultura em objeto artístico cultural” do parecer. A primeira frase é “por inspiração do canto gregoriano, a música pode ser vista como uma arte divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus (sic)”.
Parecer é ainda recheado com citações, versos em latim e frases como “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”. A conclusão é que o projeto traria “desvio de objeto, risco à malversação do recurso público incentivado com propositura de indevido uso do mesmo”.
Com informações do Jornal do Brasil.