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Funcionários jogam cloro em carne após cliente encontrar larva na embalagem

Funcionarios jogam cloro em carne apos denuncia
Momento em que os funcionários jogaram cloro na carne, após a denuncia dos clientes.
Foto: Reprodução

Após vários cortes de carne estragarem em um mercado no Centro de Itanhaém, no litoral de São Paulo, funcionários foram flagrados colocando cloro nas embalagens de carne. A denúncia foi coletada após a auxiliar de enfermagem Kelly Beck Tofteraa levar uma peça de carne com larvas que havia comprado no local. O procedimento é feito com intenção de tornar o produto impróprio para consumo.

O pai da cliente disse aos funcionários para eles jogarem cloro nas carnes para que não fossem mais vendidas. “Não vou fazer B.O não vou fazer nada, mas quero ver isso aí”. Kelly afirmou que fez o pedido para que tivesse “certeza de que eles não venderiam as carnes para mais ninguém”.

No entanto, o médico veterinário pós-graduado em Vigilância Sanitária e Controle da Qualidade dos Alimentos Paulo Alberto Torres Globo afirmou que não é obrigação do mercado jogar cloro nas carnes porque a cliente solicitou.

“A obrigatoriedade do supermercado é ressarcir ou trocar o produto. Ela não tem poder de obrigar e eles não teriam obrigação de fazer isso. Se foi em uma peça à vácuo, eles teriam que ter entrado em contato com o fornecedor para identificar como essa larva foi parar lá dentro”.

O Mercado Extra declarou que em relação ao descarte da carne, que a forma que foi feito o procedimento não condiz com as políticas e diretrizes de segurança alimentar da companhia.

De acordo com a médica veterinária e pesquisadora na área de Inspeção de Alimentos na Unimes Daniele Raimundo, o estabelecimento não colocou cloro para reutilizar o produto, mas para inutilizá-lo. “Isso é de praxe. É um protocolo que a Vigilância Sanitária usa para descaracterizar o produto. Eles cortam a embalagem, jogam cloro, iodo para mudar a cor do alimento, estragar e induzir para a deterioração por algum agente químico para certificar que nenhuma outra pessoa consiga pegar aquele alimento e utilizá-lo”, afirmou a veterinária.

“Em hipótese alguma essa carne que teve contato com o cloro pode ser vendida novamente, reembalada e comercializada. A cor da carne vai estar diferente, a textura e o cheiro [também], então esse procedimento foi adequado” explicou ela.

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