Fundação João Pinheiro suspende aulas e aciona MP contra Bolsonaro, que acusou professores de “doutrinação”
De Vitor Fernandes do BHAZ.
Estudantes da Fundação João Pinheiro, do governo de Minas Gerais, tiveram aulas canceladas nesta terça-feira (30) depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) apareceu em um vídeo citando nomes de nove professores da instituição. Nas imagens, ele questiona os métodos de lecionar dos docentes e os acusa de doutrinação.
O vídeo foi publicado no YouTube nessa segunda-feira (29). No entanto, é provável que tenha sido gravado antes da eleição de Bolsonaro, já que o mesmo aparece menos debilitado e em frente a um restaurante, semelhante ao da Câmara dos Deputados. O capitão reformado ainda aparece com uma camisa branca, peça que parou de usar desde que começou a portar a bolsa de colostomia. Ele usa o dispositivo desde que foi esfaqueado em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, em 6 de setembro.
“Se nós vivêssemos no regime que vocês defendem, você não estaria vendo essa mensagem nesse aparelho maravilhoso que não é fabricado na Coréia do Norte e nem em Cuba. Caiam na real, parem de se enganar a si mesmos”, diz Bolsonaro em um trecho do vídeo.
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Procurada pelo Bhaz, a Fundação João Pinheiro confirmou, por meio de sua assessoria, que as aulas foram suspensas e que os professores citados realmente fazem parte do time de docentes da instituição. Por meio de nota, a instituição manifestou repúdio sobre o vídeo e explica que uma ocorrência foi registrada junto ao Ministério Público, que irá apurar o caso.
“A Fundação João Pinheiro não pode aceitar que manifestações de intransigência se voltem contra os seus servidores de maneira desrespeitosa à liberdade de expressão garantida pela Contituição cidadã de 1988”, disse trecho da nota.
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