Gabriela Duarte detona artista que faz política no palco após desgaste da mãe com Bolsonaro

A atriz Gabriela Duarte afirmou nesta semana que não concorda com manifestações políticas durante apresentações artísticas. Em entrevista publicada no site “Arte & Cena”, ela declarou: “Não acho que palco seja lugar de militância. O público paga para ver uma peça, não para ouvir opinião pessoal de ator sobre política”. A fala gerou críticas e reações imediatas, principalmente pelo histórico recente da mãe, Regina Duarte, que teve forte desgaste público após seu envolvimento com o governo de Jair Bolsonaro.
Regina Duarte, que foi nomeada secretária especial da Cultura em 2020, deixou o cargo meses depois sob críticas de artistas, servidores e integrantes do próprio governo. A gestão dela foi marcada por falas polêmicas, disputas internas e isolamento no setor cultural. A crise de imagem foi tão intensa que a atriz, antes respeitada por papéis marcantes na TV, passou a ser associada a uma das figuras mais rejeitadas do meio artístico na época. O episódio repercutiu nacionalmente e deixou sequelas na carreira da veterana.
Diante desse contexto, a declaração de Gabriela soa para muitos como um distanciamento calculado. Internautas lembraram que, em 2002, Regina foi a protagonista de uma das campanhas eleitorais mais lembradas da TV, ao afirmar em vídeo que “tinha medo” de Lula, o que gerou resposta pública de Marieta Severo e aprofundou a divisão política entre artistas. A filha, por sua vez, permaneceu em silêncio à época, evitando se envolver diretamente.
Agora, aos 50 anos, Gabriela parece buscar uma posição de neutralidade, ou até mesmo cautela, diante do desgaste vivido pela mãe. Embora sua fala sobre política no palco tente soar apolítica, o histórico familiar e o momento político do país tornam inevitável que suas palavras sejam lidas também como um reflexo do trauma gerado pela exposição de Regina — e do preço cobrado quando arte e poder se misturam sem filtros.