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Garçom que atendeu Bolsonaro em Miami votou em Haddad e chama Lula de ‘crush’

O garçom Franklin Oliveira em foto com o presidente Jair Bolsonaro em restaurante de Miami – Franklin Oliveira/Arquivo pessoal

De Beatriz Bulla no Estado de S.Paulo.

Franklin Oliveira soube há duas semanas que a churrascaria onde trabalha como garçom em Miami receberia uma “festa” para 40 pessoas, mas só hoje foi informado sobre quem seria a estrela do encontro: o presidente Jair Bolsonaro. No segundo andar do Brazilian Steak House, Oliveira se viu frente a frente ao político por quem fez campanha contrária nas eleições de 2018. “Fiz campanha nas redes sociais pelo Ciro Gomes. No segundo turno, pelo Fernando Haddad. “Mas da porta para dentro sou o CNPJ e da porta para fora, o Social Security Number (número de identificação pessoal nos EUA semelhante a CPF)”, contou o carioca a um grupo de jornalistas.

A gerência do restaurante sabe de sua preferência política, mas o escolheu para receber o presidente por sua eloquência — todas as informações segundo o próprio garçom. Coube a Oliveira fazer a recepção inicial dos convidados, coordenar bebidas e sobremesas e, ao final, aproveitou para fazer uma foto com o presidente. 

Os espetos de carne não chegavam a Bolsonaro pelas mãos de Oliveira, no entanto. A chefia preferiu designar dois funcionários com admiração declarada pelo presidente para a função. Já uma colega quem o garçom define como de ideologia de “extrema esquerda” chorou ao saber que Bolsonaro era o convidado do dia e pediu para não atender a mesa do presidente. A gerência da Casa liberou a funcionária.

Ao falar sobre o tratamento dispensado a Bolsonaro, Franklin Oliveira disse que o importante é tratar a todos com respeito, apesar de sua “ideologia não ser a mesma”. “Posso atender Trump ou Dilma ou Lula, que vou atender da mesma forma, é aqui que eu ganho meu pão. Todos têm que ser tratados com educação. Temos que tratar o outro com o mesmo respeito que queremos”, afirma.

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