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Geddel admite ter pressionado Calero para liberar obra

Do ministro Geddel Vieira Lima, em entrevista ao Estadão:

 

O senhor foi acusado pelo ex-ministro Calero de pressioná-lo em relação ao Iphan. 

Lamento profundamente essa declaração do Calero, com quem eu sempre tive uma relação afável e tranquila. Não tive nenhum desentendimento com Calero, nenhum bate boca com ele.  Ele diz uma verdade e muitas inverdades.

Quais seriam as inverdades? 

As inverdades é que eu teria dito, por exemplo, que iria pedir a cabeça da presidente do Iphan, que eu poderia tratar com o presidente da República. Eu nunca tratei desse tema com o presidente da República. Nada, absolutamente nada.

E a verdade?

A verdade é que eu tratei do tema com ele sob a ótica de que ‘Calero, tem que tomar cuidado com isso. Esse assunto tá em discussão na Bahia há muito tempo. Está judicializado’. Já está na Justiça há muito tempo e isso termina gerando insegurança política para quem comprou unidade, isso termina gerando desemprego na cidade, mas sem nenhuma pressão devida. Tanto não há pressão que a posição ao final e ao cabo que prevaleceu foi a dele. Não estou entendendo e me surpreendo que venha isso agora. A posição que prevaleceu, apesar de eu ter uma visão diferente desse processo, mesmo ele judicializado, foi a dele. Os incorporadores vão buscar agora reparos tanto administrativos quanto na justiça. A posição dele prevaleceu. Que pressão é essa?

Mas o senhor tem esse apartamento?

Eu fiz em 2015, uma promessa de compra e venda de um apartamento lá.  Depois de morar 22 anos no meu antigo apartamento, eu pretendia mudar com minha família. Mas isso não me tira a legitimidade. Aliás, me dá legitimidade para mostrar que estava se fazendo era um equívoco.