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Generais insinuam que Exército deve lavar as mãos em caso de condenação de Pazuello na CPI da covid

Da Coluna de Chico Alves no UOL:

Braga Netto e Pazuello serão os primeiros investigados pela CPI da Covid (Carolina Antunes/PR)

Com a CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto devem ser convocados.

Braga Netto coordena o Comitê de Crise do combate à pandemia. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), houve omissão do comitê no no monitoramento do consumo de oxigênio, previsão da segunda onda de contaminação e em projeções sobre a disponibilidade de leitos

Com eventuais punições, militares de alta patente foram questionados cobre qual seria a reação do Exército.

Santos Cruz acha que uma avaliação é prematura, mas afirma:

“Numa hipótese de ministros ou ex-ministros serem responsabilizados por alguma coisa, qualquer que seja o ministro, a responsabilidade é individual e não tem nada a ver com a instituição a que pertenceram ou pertencem. As instituições não têm nada a ver com o convite para que algum de seus membros desempenhe função pública de caráter político, nem com a aceitação por parte da pessoa e nem com o desempenho na função”

Francisco Mamede Brito, ex-presidente do Inep, acredita que a caserna irá manter “a estratégia do silêncio”:

“A única maneira das Forças Armadas referendarem o discurso de que não estão politizadas é aceitando com total naturalidade os eventuais desdobramentos da CPI. Afinal, os generais-ministros são pessoas físicas que aceitaram um convite pessoal para integrar o governo. Esse tem sido o discurso institucional, que deve guardar coerência com a prática, quando colocado à prova. As Forças Armadas, como instituições de Estado, nada podem fazer a respeito de eventuais desvios pessoais cometidos fora da caserna”.

Ele acredita que pode haver “perseguição ou revanchismo pelo fato de serem militares” por parte de alguns militares da reserva, mas nada institucional.