Gilmar Mendes: “Quem tem que explicar venda de sentenças é o Moro”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que quem tem que se explicar sobre a suposta prática de venda de decisões judiciais é o senador Sergio Moro (União Brasil). O ex-juiz foi denunciado por calúnia após afirmar em um vídeo algo relacionado a “comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes”.
“Não nos falamos [Gilmar Mendes e Sergio Moro]. Na verdade, nessa idade em que estou, com a experiência que eu acumulei, até os inimigos eu tenho que escolher. Eu tenho que escolher as brigas. Encaminhei o assunto ao Ministério Público, que houve por bem fazer uma queixa, uma denúncia contra Sergio”, afirmou o ministro, em entrevista a Abílio Diniz, que será exibida na noite de terça-feira (9) na CNN Brasil.
De acordo com informações prévias divulgadas pela Folha de S.Paulo, Mendes também declarou que acha “curioso” que o vídeo do senador, sobre a “compra de habeas corpus”, tenha sido divulgado no momento em que Moro e sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), enfrentam acusações de venda de decisões pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.
“É uma solução muito fácil porque Tacla Duran diz —pelo menos é o que está aí em todas as entrevistas— que teria feito um depósito de US$ 5 milhões para o escritório da mulher do Moro. Basta abrir a conta e esclarecer essa dúvida. Portanto, quem tem que fazer explicações sobre venda de decisões é Moro”, completou.
Em 2017, Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht, acusou o advogado Carlos Zucolotto, amigo de Moro e sócio de Rosangela, de tentar negociar uma delação com a força-tarefa da Lava Jato. A polêmica voltou à tona em março, por conta de uma audiência por vídeo feita por ele, e da decisão do então ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, de mandar o Ministério Público analisar eventuais provas dessas afirmações.