Gilmar recebe relatório sobre esculhambação de Bolsonaro em relação aos reitores das federais

Da Coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Um grupo de acadêmicos entregou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, na quarta (10), um relatório de cerca de 70 páginas com relatos de reitores eleitos e não nomeados pelo governo Bolsonaro em Instituições Federais de Ensino Superior.
O documento reúne servidores de 14 universidades e institutos, como a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Nele, há queixas de desrespeito a instâncias deliberativas das instituições por parte dos reitores ou dos interventores escolhidos.
Desde o início do mandato, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou 29 reitores para comandar universidades e institutos federais. Destes, 16 foram indicados pelo presidente sem ter sido eleitos por integrantes da comunidade acadêmica, como prevê a Constituição.
Em cinco instituições de ensino, Bolsonaro nomeou um interventor para comandar temporariamente a instituição —no entanto, há casos em que o reitor temporário está no cargo há quase um ano e meio. Em outras 11, foi indicado um nome que não foi o mais votado na consulta acadêmica.
“Nós não estamos sendo ouvidos. O que fica é a versão dos antidemocráticos, que tenta induzir os órgãos ao erro. A gente tenta conversar com o MEC [Ministério da Educação] e é ignorado”, afirma o reitor eleito e não empossado da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Etienne Biasotto.
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