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Globo condena Eduardo Bolsonaro e diz que a China já pode ser considerada a maior economia global

Eduardo Bolsonaro

Do Globo:

Não é novidade que o deputado federal Eduardo Bolsonaro não tem estatura nem preparo para comandar a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Já havia ficado claríssimo na tentativa frustrada de comandar a embaixada brasileira em Washington. Também não há nenhuma surpresa no tuíte em que ele acusou a China de usar a quinta geração da telefonia celular (5G) para espionagem, fazendo eco literal à campanha do governo americano para desacreditar a tecnologia chinesa.

O entrevero, que ensejou uma resposta dura da embaixada chinesa, chama a atenção por outro aspecto: o despreparo para lidar com a China não se restringe ao Zero Três ou às falanges bolsonaristas. Se diatribes e teorias da conspiração encontram eco, é em parte porque o Brasil ainda carece de uma estratégia consistente para lidar com seu maior parceiro comercial, maior potência emergente no planeta e, em questão de anos, a maior economia global (por alguns critérios, já é).

Dirigir à China um olhar menos ideológico e mais pragmático é uma necessidade que ultrapassa a autorização para chineses participarem de leilões na telefonia. As exportações do agronegócio brasileiro à China estão em torno de 38% do total (em 2019 eram 32%). A China respondeu por 70% do superávit comercial brasileiro até agosto (em 2019 eram 58,5%). Para cada dólar que o Brasil exporta aos Estados Unidos, exporta outros 3,5 à China. Dos dez produtos mais vendidos pelo país em 2019, seis foram aos chineses.

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