Globo detona Ernesto Araújo e diz que ele pode causar prejuízo bilionário ao Brasil

Do editorial do Globo:
Nada de comparável à política do porrete (big stick) e das canhoneiras, seguida pelos Estados Unidos na virada do século XIX para o XX, mas a entrevista que o embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, concedeu ao GLOBO, publicada quarta-feira, faz lembrar o tempo em que Washington defendia seus interesses no continente com os músculos. A questão agora é a disputa da chinesa Huawei com as escandinavas Ericsson e Nokia, para fornecer equipamentos e software da nova tecnologia 5G, o próximo salto nas telecomunicações.
A Casa Branca de Trump, em conflito constante com Pequim, pressiona os aliados a impedir que a Huawei participe de concorrências para a modernização da infraestrutura digital. Alega razões de segurança nacional. Considerando o regime ditatorial chinês, cautela é recomendável. Tecnicamente, contudo, o argumento americano faz pouco sentido, pois a Huawei oferece a tecnologia mais barata e testada para operadoras montarem suas redes 5G.
Pressionar o Ocidente a alijar deste ciclo de investimentos um fornecedor bem avaliado é como se o mundo entrasse na máquina do tempo e fosse despachado para séculos atrás. O choque entre Washington e Pequim deverá persistir mesmo com o democrata Joe Biden na Casa Branca, por se tratar de conflito entre um poder estabelecido e uma potência emergente. Cabe ao Brasil se preparar para administrar a situação com habilidade.(…)
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