Apoie o DCM

Globo diz que Bolsonaro ajuda a piorar expectativas do mercado

Jair Bolsonaro e a Rede Globo. Foto: Wikimedia Commons/Divulgação

Do editorial do jornal O Globo.

A tendência de a epidemia de coronavírus se tornar menos chinesa e mais mundial continuará degradando os mercados globais. Fechamento de fábricas, redução no número de viagens internacionais, queda no consumo são alguns dos fatores, como já visto na China, que desaceleram os negócios e se traduzem, cedo ou tarde, em redução no ritmo do crescimento econômico.

Os mercados brasileiros, fechados segunda e terça devido ao carnaval, teriam de passar por um brusco ajuste na quarta. A bolsa (Ibovespa) fechou o pregão com uma queda de 7%, índice inferior apenas aos 8,8% da retração verificada em 18 de maio de 2017, quando O GLOBO revelou parte do áudio da conversa comprometedora travada pelo então presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, nos porões do Palácio do Jaburu. Outro termômetro sensível dos bons e maus momentos, o dólar, subiu 1,08% e chegou a R$ 4,44, novo recorde nominal. No início da tarde de ontem alcançou os R$ 4,5016 e fechou em R$ 4,47,64, sem perspectivas de arrefecimento na alta. Casos de coronavírus no Norte da Itália, na França, projeções pessimistas de autoridades sanitárias nos Estados Unidos, o primeiro brasileiro infectado etc. ajudaram a formar denso clima de pessimismo.

Mas o Brasil enfrenta um problema adicional, que é a imprevisibilidade do presidente Jair Bolsonaro, com sua imensa capacidade de gerar crise. Como a última, da inqualificável convocação para manifestações de rua contra o Congresso e o Supremo. Nesta tarefa, o presidente tem a ajuda dos filhos, de alguns ministros e o auxílio de uma infantaria de milicianos digitais, até com uma base dentro do Planalto.

(…)