Globo não fala do “messias de arma na mão” da Mangueira, diz colunista

Da Coluna de Maurício Stycer no UOL.
Terceira escola a entrar neste domingo na Sapucaí, a Mangueira defendeu o título conquistado em 2019 com uma mensagem forte, repleta de conexões com os dias atuais. O samba-enredo “A Verdade vos Fará Livre” narrou a trajetória de Cristo fazendo uma crítica que, na visão de muitos, dirigia-se ao presidente Jair Bolsonaro, à mistura de religião com política e a quem manifesta intolerância religiosa.
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A transmissão da Globo, comandada por Alex Escobar e Fátima Bernardes, foi bem contida na interpretação deste desfile da escola. Em momento algum mencionaram os versos mais polêmicos, nem mesmo para dizer que, segundo os autores, não é uma referência a Bolsonaro.
A presença de Humberto Carrão, um ator da Globo, no papel do Cristo revoltado com o comércio da fé, também não estimulou a equipe da emissora no Carnaval a algum comentário mais ousado. O trio se limitou a descrever o sentido histórico da mensagem.
Após o desfile, entrevistado por Fátima no estúdio da emissora, Carrão até tentou trazer o assunto a baila, fazendo uma ironia sobre o que representou na avenida: “Muita gente usando da fé como projeto de poder, coisa que a gente vê pouco hoje em dia.” Mas a apresentadora não deu conversa e partiu para outra entrevista.
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