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Globo veta cena de indireta a Bolsonaro em novela “Pantanal” para acalmar ânimos na pré-eleição

Mariana (Selma Egrei), em Pantanal, da TV Globo
Foto por: Bruna Linzmeyer

Uma cena da novela “Pantanal” foi vetada pela direção da TV Globo. Na cena em questão, o roteiro tinha indiretas para políticos de direita e o presidente Jair Bolsonaro (PL). O trecho do remake escrito por Bruno Luperi iria ao ar no último sábado (23/07), mas pelo menos três nomes fortes do comando do folhetim optaram pelo corte. A emissora quis evitar barulho desnecessário próximo à época de eleições presidenciais, que acontecerão em outubro.

Com cenário de polarização entre Lula e Bolsonaro, a Globo entendeu que a cena daria apenas dor de cabeça e não tinha muita importância na trama de José Leôncio (Marcos Palmeira).

Na indireta, José Leôncio se recusaria a todo custo a assistir ao horário eleitoral gratuito, mesmo após a tentativa de Jove (Jesuita Barbosa), que dizia ser importante. “Mêma lenga-lenga”, diria o fazendeiro, referindo-se ao espaço veiculado pela TV, conforme previsto no roteiro.

Embalada no assunto, Mariana (Selma Egrei), por sua vez, chamaria a campanha política de reality show. “Quanto mais baixaria, maior a audiência”, soltaria a idosa durante o bate-papo. Para apimentar ainda mais a prosa, ao cogitar Jesus Cristo como candidato, José Lucas (Irandhir Santos) acabaria levando o pai a alfinetar os políticos de direita.

“Era capaz de crucificarem ele ôtra veiz! Ia ser acusado de comunista”, diria José Leôncio, que de maneira geral, desceria a lenha no sistema político como um todo. “É só chegá época de eleição, e eles descobre que tem criança abandonada, que o salário mínimo é uma porcaria, os aposentado tão passâno fome, que tem muita violência na cidade…”, analisaria o dono dos bois.

O veto ocorreu há uma semana, quando o capítulo que foi ao ar estava em edição. O roteiro foi comparado com o que foi gravado e a situação foi levada por Gustavo Fernandez, diretor da novela, a José Luiz Villamarim, diretor de Dramaturgia da Globo. Todos chegaram ao consenso de que seria de bom tom não exibir a passagem. Ao mesmo tempo que se evitaria problemas com políticos e até com a lei que faz restrições para os conteúdos de TV em época pré-campanha, a Globo aproveitou para Pantanal e deixar sua narrativa menos lenta.

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