Apoie o DCM

Governadores montam esquemas para evitar PMs da ativa em protestos

Polícia Militar de São Paulo. Foto: Divulgação

Risco de que policiais da ativa se envolvam nas manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores para o dia 7 de setembro levou os governadores a montar esquemas. Eles tentam afastar dos atos os PMs e diminuir o risco de conflitos no dia da Independência.

LEIA MAIS:

1 – O padre Júlio Lancellotti: o Gandhi do Brasil. Por Leonardo Boff

2 – O precipício do golpe. Por Fernando Brito

Atos para afastar PMs

Promoções, mobilização de efetivos extras que estariam de folga e o planejamento de operações para controlar a disciplina da tropa estão entre as medidas tomadas nas duas últimas semanas. Essas ações envolvem estados que registraram, recentemente, episódios de indisciplina dentro das PMs, a maioria ligada à ação de políticos bolsonaristas, como o Ceará, Rio Grande do Norte, o Espírito Santo e São Paulo. Nos dois primeiros, os governadores promoveram um número maior de agentes de segurança, fenômeno também registrado no Distrito Federal como forma de driblar o congelamento de salários do funcionalismo público. Ambos foram sacudidos pelas duas mais recentes greves de PMs no País entre 2018 e 2020.

Outro estado que conheceu um motim de policiais foi o Espírito Santo, em 2017. Ali o governador Renato Casagrande (PSB) decidiu colocar de prontidão todo o efetivo da PM no próximo dia 7, evitando assim que os policiais da ativa compareçam aos protestos. Por fim, em São Paulo a Secretaria da Segurança Pública montou uma gigantesca operação na data, a Operação Independência, e mobilizou 27 mil PMs, 3,6 mil deles só para vigiar os atos da Avenida Paulista e do Vale do Anhangabaú. A Corregedoria da PM deve pôr todo o seu efetivo – cerca de mil homens – nas ruas para vigiar possíveis transgressões.

No sábado, ao participar de surpresa da CPAC Brasil, conferência da direita realizada em Brasília, Bolsonaro defendeu a participação de policiais militares nos atos. “Hoje você vê alguns governadores ameaçando expulsar policiais militares que porventura estejam de folga no dia 7 e compareçam para festejar o 7 de Setembro. Se nós falarmos ‘eu não sou policial militar, não tenho nada a ver com isso’, aguarde que a sua hora vai chegar.”

Com informações do Estado de S.Paulo.

Doria e a Polícia Militar (PM). Foto: Fotos Públicas