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Governo Bolsonaro cancelou compra de avião que poderia ajudar Manaus, que está sem oxigênio

Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, em Manaus
Imagem: Divulgação/Ministério da Saúde

De Marcelo Godoy no Estado de S.Paulo.

Quando disse que a FAB não tinha mais Boeings que poderiam levar suprimentos a Manaus, o vice-presidente Hamilton Mourão esqueceu de contar que a Aeronáutica não tem mais esses aviões por duas decisões da gestão Jair Bolsonaro.

A primeira foi cancelar em fevereiro de 2019 licitação para compra de aeronave usada Boeing-767-300ER. A segunda foi cancelar licitação que atingiu o leasing da mesma aeronave, que estava sendo alugada desde 2016. Esta segunda decisão foi em 12 de agosto de 2020, já na pandemia.

Só em seu porão, a aeronave poderia levar 31 toneladas de carga, fora a possibilidade de ser adaptada para o transporte de pacientes em uma emergência.

Para se ter ideia do que essa capacidade de carga significa, a maior aeronave hoje da FAB, o cargueiro KC-390, pode levar 26 toneladas de equipamento.

A FAB tem quatro KC-390, mas um deles foi enviado em meio à crise para os EUA a fim de participar de treinamento militar com o Exército americano. Apesar disso, a Aeronáutica disse que essa falta não prejudica a logística para socorrer Manaus.

Quatro meses antes da decisão de não se comprar o Boeing, a Itália e a França haviam transportado pacientes para outras regiões para desafogar hospitais.

Na época da decisão, a FAB informou que o cancelamento se devia a razões orçamentárias. Temia-se que, com a crise da covid, houvesse queda da arrecadação e, preventivamente, decidiram economizar. E alegava-se que a pandemia modificava os valores do mercado internacional.

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