Governo Bolsonaro demite ex-missionário de cargo de chefia na Funai
Do Estadão

Depois de nove meses à frente da coordenação-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Fundação Nacional do Índio (Funai), o pastor e ex-missionário evangélico Ricardo Lopes Dias foi exonerado do cargo. Sua saída foi publicada nesta sexta-feira, 27, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que comanda a Funai.
Mesmo antes de chegar ao cargo em fevereiro deste ano, Dias teve a sua indicação criticada por organizações ligadas à proteção e direitos dos povos indígenas, por seu histórico de ações voltadas à “evangelização” dos índios.
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), uma das principais ONGs do setor, divulgou uma nota de repúdio contra sua nomeação, alertando que os indígenas “sofreram historicamente com a atuação de missionários proselitistas – muitos deles da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) -, que fizeram contato forçado com nossos avôs e avós”.
Ricardo Lopes Dias foi ligado à MNTB e atuava como missionário, evangelizando índios na região da terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. Trata-se de uma das maiores reservas demarcadas do País, com mais de 8 milhões de hectares e que concentra o maior número de registros de povos indígenas isolados em todo o mundo. (…)
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Retificação: a foto publicada originalmente está errada. Não é de Ricardo Lopes Dias. Pedimos desculpas pela incorreção. Segue a nota da assessoria:
“Nesta manhã (27), fomos surpreendidos com uma publicação do Diário do Centro do Mundo (DCM), sobre a exoneração do pastor evangélico, Ricardo Lopes Dias do cargo de Coordenador Geral do departamento de Índios Isolados e de Recente Contato da FUNAI. Na matéria, ao invés de usarem a imagem ou fotografia do pastor Dias, a reportagem foi publicada com a fotografia do Secretário Executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira.
Diante disto, vimos por deste solicitar a retirada da fotografia de Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira da publicação em questão, bem como a publicação uma errata na mesma matéria, retificando e reconhecendo o equívoco cometido.”