Governo Bolsonaro exonera diretora do departamento de HIV/aids do Ministério da Saúde

O Estadão informa que a médica sanitarista Adele Benzaken foi exonerada da direção do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 10, em meio a uma série de manifestações pela permanência da médica no cargo e uma semana depois da polêmica em torno da cartilha lançada há seis meses para homens trans. Assume a diretoria seu adjunto, Gerson Pereira.
A pasta atribuiu a mudança a uma renovação da equipe e informou que Adele foi convidada para continuar a contribuir para formulação de políticas para o setor. Adele assumiu a direção do departamento em 2016. Em sua gestão, o País começou a adotar a profilaxia pré-exposição (PrEP), que prevê o uso de antirretrovirais não como tratamento do HIV, mas para prevenir a infecção. Com amplo apoio de organizações não governamentais, a permanência de Adele era considerada como uma garantia da manutenção de ações modernas de prevenção, de combate ao preconceito e de promoção dos direitos humanos.
De acordo com a publicação, os sinais de que a gestão de Adele estavam sob risco começaram ainda antes da posse de Bolsonaro e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Antes de assumir a pasta, Mandetta mostrou descontentamento com as ações de prevenção e disse ser necessária a adoção de estratégias que não “ofendessem” as famílias.