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“Governo Bolsonaro se afastou do combate à corrupção”, diz ex-aliado

General Santos Cruz. Foto: Reprodução/Twitter

Do UOL:

Demitido do governo em junho, o ex-ministro da Secretaria de Governo general Carlos Alberto dos Santos Cruz hoje quer distância do presidente Jair Bolsonaro.

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BBC News Brasil – No caso da corrupção, o senhor me pareceu que se frustrou ou viu uma incoerência na atuação do governo em relação ao discurso de campanha. O que o senhor vê de errado nesse campo nesse governo?

Santos Cruz – (O combate à) Corrupção, da maneira que estava estruturada no momento da eleição, você tinha operação Lava Jato, na realidade a Polícia Federal, Ministério Público trabalhando nisso, você tinha o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, hoje renomeado Unidade de Inteligência Financeira). São os instrumentos (com) que você combate corrupção, controlando lavagem de dinheiro. Esses mecanismos sofreram um pouco de desgaste. O Coaf, quando foi para o Banco Central (por escolha do governo Bolsonaro), muitos percebem que ele trocou de nome e reduziu atividade.

A própria operação Lava Jato passou, passa por diversos desgastes também. A própria Polícia Federal, teve um período ali de muita pressão sobre o diretor para ser trocado ou não (em setembro, o presidente disse que a PF precisava de uma “arejada” e que Moro podia trocar o diretor Maurício Valeixo, o que não se concretizou). Essas coisas atrapalham.

Agora, foi criada uma nova figura de juiz de garantia, tem que ver como é que vai ser. A prisão em segundo instância (foi proibida pelo STF), tudo isso, todo esse conjunto de coisas trouxe um pouco de sensação de que o combate à corrupção está se tornando cada dia mais difícil.

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