Apoie o DCM

Governo de Minas fez contrato com empresa do pai de Aécio

Do Tempo:

 

O deputado estadual Rogério Correia (PT) entrou, nesta quarta-feira (8), no Ministério Público Estadual (MPE), com um pedido de investigação contra um Termo de Parceria Técnica feito pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), realizado em 2010, com uma firma que, na época, era de propriedade do pai do então governador Aécio Neves (PSDB).

A documentação do acordo, obtida pelo Aparte, mostra que a Epamig firmou um contrato com a Perfil Agropecuária e Florestal Ltda no valor de R$ 150 mil. Na época, Aécio Ferreira da Cunha era sócio-proprietário da empresa, registrada na área de uma fazenda da família, localizada entre os municípios de Montezuma, no Norte de Minas, e Mortogaba, na Bahia.

Segundo a documentação, o Termo de Parceria Técnica foi assinado pela direção da Epamig e por Aécio Cunha no dia 19 de março de 2010, 11 dias antes de Aécio Neves deixar o governo de Minas para se dedicar aos preparativos de eleição ao Senado. Segundo o deputado petista, a questão levanta novas dúvidas sobre a “separação da vida pública e privada de Aécio”.

“Já fizemos denúncias parecidas com essa. Ele, enquanto governador, beneficia familiares com um acordo como este. O pai dele fez um contrato com o Estado enquanto ele era o chefe do Executivo. É claro que é algo a se desconfiar”, diz Correia, acusado pelos interlocutores de Aécio de ser um “perseguidor” do tucano. O parlamentar acredita que o processo deve ser aberto pelo MP ainda hoje.
O objetivo do acordo era a produção de sementes de feijão, com a estatal mineira ficando com uma parte da receita oriunda de uma futura venda. A empresa de Aécio Cunha precisaria realizar o plantio de 1.400 kg de sementes de feijão na Fazenda Ribeirão, no mesmo endereço registrado da Perfil Agropecuária e Florestal Ltda. A área possui cerca de 950 hectares.

Com a morte de Aécio Cunha, no final de 2010, a empresa passou para o nome dos filhos Aécio Neves e Andréa Neves. Eles continuam como sócios-proprietários. Em contato com a coluna, o senador afirmou que, por não ser proprietário da fazenda na época, não dispõe de informações sobre o assunto.