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Governo de SP ignorou recomendação para demitir assessor envolvido em corrupção no metrô

O governo de São Paulo ignorou uma recomendação da Corregedoria Geral da Administração para que promovesse o “desligamento imediato” de um funcionário sob suspeita por causa de sua ligação com empresas do cartel que atuou em licitações de trens do Estado nos últimos anos.

O engenheiro Pedro Paulo Benvenuto tinha um cargo de confiança na Secretaria do Planejamento e o deixou por vontade própria na última quarta-feira. Benvenuto era coordenador de planejamento e avaliação da secretaria.

A recomendação de “desligamento imediato” foi feita há mais de dois meses, no dia 17 de outubro, de acordo com relatório da Corregedoria do Estado.

A secretaria diz ter seguido a recomendação, mas afirma que ainda tratava do desligamento quando Benvenuto pediu para deixar o cargo e voltar para o Metrô, onde ele é funcionário de carreira.

O governo abriu um processo administrativo contra Benvenuto, que poderá resultar na sua demissão do Metrô.

Ele tem uma empresa, a Benvenuto Engenharia, que prestou serviços ao Banco Mundial nos projetos dos metrôs de Salvador e Fortaleza.

O Estatuto do Funcionalismo proíbe servidores de participar da gestão de empresas que “mantenham relações comerciais ou administrativas com o governo do Estado”.

É um caso de conflito de interesses, segundo o relatório da Corregedoria: “Ficou ainda demonstrado que a empresa do referido agente público está diretamente relacionada com a finalidade do serviço por ele desempenhado”.

O engenheiro foi cedido pelo Metrô à Secretaria de Planejamento em 2007, no governo de Serra. Alckmin manteve-o no cargo.

Benvenuto ocupou outro cargo de confiança no governo Alckmin. Era secretário-executivo do conselho gestor de PPPs (Parcerias Público-Privadas), que administra negócios de R$ 13 bilhões, entre os quais a parceira da linha 4 do Metrô, e projetos que podem chegar a R$ 45 bilhões.

Saiba Mais: Folha