Governo do Irã afasta fiscal da moralidade após cena de sexo gay em vídeo vazado

Um funcionário do governo iraniano chamado Reza Tsaghati, que era fiscal da moralidade e da cultura islâmica na província de Gilan, foi afastado de seu cargo após o vazamento de um vídeo em que ele aparece fazendo sexo com outro homem. No país, cuja legislação é baseada na lei de Sharia, a homossexualidade é um crime passível de pena de morte.
Originalmente, a gravação foi compartilhada no Telegram, por um canal contrário ao regime. Inicialmente, as autoridades locais não se pronunciaram sobre o registro, mas no último dia 22 o departamento onde Tsaghati trabalhava emitiu uma nota dizendo que as imagens passariam por uma “análise cuidadosa”. Para o governo de Gilan, a publicação é uma tentativa de “enfraquecer a honrosa frente cultural da Revolução Islâmica”.
O funcionário, que promovia os valores conservadores islâmicos na província, também é fundador de um centro voltado para a devoção religiosa e o incentivo ao uso do véu (hijab) na região. Autoridades iranianas afirmaram desconhecer qualquer atitude suspeita do oficial antes do vídeo e ainda disseram que não havia relatos negativos sobre ele.
Porém, a maior parte das pessoas que se manifestou sobre o vídeo destacou a diferença de tratamento dado a autoridades do governo que são acusadas de um crime em comparação com mulheres e a comunidade LGBTQIA+, alvos frequentes de violência e discriminação.
Segundo o jornal O Globo, Peyman Behboudi, editor-chefe da Radio Gilan, responsável pelo vazamento, avisou que o canal seguirá expondo a “corrupção entre as autoridades do regime”.