“Gritam dia e noite, noite e dia”, diz vizinhança sobre atos golpistas em SP

Manifestantes montam barracas e se concentram em faixa exclusiva de ônibus. Imagem: UOL

Diferente de alguns comerciantes que estão lucrando com a Copa do Mundo e o Natal ao mesmo tempo, na rua Alfredo Pujol em Santana, na zona norte de São Paulo, proprietários de vários estabelecimentos reclamam que o movimento caiu mais de 60% desde o início dos protestos golpistas.

Quatro barracas de lona fecham a faixa exclusiva de ônibus e parte da calçada da avenida. No local, uma placa sinaliza que o acampamento montando em frente ao portão do Centro de Preparação de Oficinas da Reserva de São Paulo já dura 34 dias. O mesmo cartaz convoca outros “patriotas”.

“Gritam dia e noite, noite e dia. É um inferno”, diz uma moradora que vive há 30 anos na rua. O filho dela trabalha de casa e tem dificuldade de fazer reuniões por causa do barulho dos protestos. Já o marido enfrenta um câncer. “Não dá para descansar. Não consigo dormir. Estamos desesperados”, conta ela, que disse já ter acionado a polícia e feito reclamação de barulho na Prefeitura.

Outros moradores afirmam escutar gritos de “socorro”, “SOS” e “salvem nosso Brasil”. Desesperados, a vizinhança fez um abaixo-assinado para cobrar providências dos órgãos competentes, mas até o moemento não teve resposta da subprefeitura nem da câmara de vereadores.

Por medo, moradores e comerciantes que foram ouvidos pela TAB Uol, pediram para não serem identificados e afirmam que os bolsonaristas “andam armados”. “Não consigo mais andar aqui à noite tranquilo”, afirmou o proprietário de uma loja na região.

Vários moradores e lojistas afirmaram que os manifestantes são violentos. Barras de ferro, estilingues com bolas de gude e até armas de fogo já foram vistos com quem ocupa as barracas e circula por ali.

“Quando falam o nome do presidente eleito, eles ficam doidos. Já escutei gente prometendo fazer coisas violentas. Mas também falam muito o nome de Deus e já ouvi fazerem teorias de um suposto retorno alienígena. Porém, o que mais gritam é que Lula não vai subir a rampa. Eles dizem isso o tempo todo”, disse uma testemunha.

Mesmo com tanto prejuízo, há quem dê apoio ao acampamento em Santana: “Tem gente que leva garrafa térmica e comida, como se estivesse cuidando deles. Mas dá para perceber que dentro das barracas eles não estão em plena harmonia. No começo do mês passado era tudo mais calmo. Agora eles têm sido mais raivosos entre eles também”, contou um outro morador.

Os comerciantes não conseguem calcular o prejuízo, já que os clientes, por receio de confusão, nem aparecem. Nos jogos da Copa, os manifestantes ficam de costas para a TV, em protesto. “A esquerda está ocupada com o futebol, enquanto isso a gente está fazendo aula de tiro para salvar o Brasil”, disse um dos acampados.

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Caroline Saiter

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