Grupo de WhatsApp que “vazou” discurso foi criado por Eliseu Padilha, operador de Temer
Do Painel da Folha:
Tudo amarradinho O vazamento do áudio em que o vice-presidente fala como se o impeachment já estivesse aprovado não é um caso isolado de antecipação do resultado da votação de domingo. Moreira Franco, braço direito de Michel Temer, iniciou, por meio da Fundação Ulysses Guimarães, instituição do PMDB por ele comandada, uma consulta a deputados para medir a temperatura na Câmara em um eventual governo Temer. Quer saber quais as agendas prioritárias para um novo mandato.
Ponte aérea O vice foi ao Rio nesta segunda (11) tentar convencer Jorge Picciani a apoiar o fechamento de questão a favor do impeachment.
Timeline O grupo de WhatsApp em que o vice-presidente postou o áudio com seu “pronunciamento” foi criado na véspera, às 10h08, por Eliseu Padilha, operador de Temer.
Borracha Dezoito minutos depois do envio do áudio, um assessor do vice pede que o “apaguem”. “Era apenas um exercício para um possível discurso”, escreve no grupo.
Projeto “He-Man” O governo desconfia de vazamento proposital para demonstrar força — o que costuma influenciar indecisos no Congresso. Na mensagem, Temer fez acenos “ao capital”, aos trabalhadores, aos governadores e a movimentos sociais.
Terreno na lua Um líder empresarial diz que o teor do áudio até ajuda a reduzir resistências, mas não empolga: “Não dá para agradar a todos ao mesmo temo. Tem de ser muito artista para conseguir isso.”