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Grupo no Facebook comemora perda de visão de estudante em ataque da PM

Do Democratize:

 

A violência desproporcional da Polícia Militar durante os protestos contra Michel Temer (PMDB) em São Paulo continuam sendo assunto nas redes sociais.

Enquanto de um lado o espaço é utilizado para denúncias de abusos cometidos pela PM, outros preferem tirar sarro da tragédia pessoal que alguns manifestantes tiveram por causa da repressão.

É o caso da jovem estudante Deborah Fabri, que foi vítima do abuso policial durante protesto na quarta-feira (31). Após repressão na Consolação, Fabri foi atingida por estilhaços de uma bomba de efeito moral atirada por policiais. O artefato atingiu seu rosto, sendo resgatada por manifestantes e populares que passavam pelo local.

Nesta quinta-feira (01), após ser atendida no Hospital das Clínicas, Fabri deu a má notícia nas redes sociais: havia ficado cega do olho esquerdo, por conta dos estilhaços da bomba.

Seu caso é o mais recente de diversos outros similares já registrados durante manifestações desde 2013, quando o fotógrafo Sérgio Silva sofreu as mesmas consequências por causa de uma bala de borracha disparada por policiais, durante protesto do Movimento Passe Livre.

Após a tragédia ter sido viral nas redes sociais, os grandes meios de comunicação acabaram sendo forçados a retratar sobre o tema.

Não demorou muito para que páginas de extrema-direita, em sua maioria pró-Polícia Militar, tocassem no assunto.

A página ‘Admiradores da Rota’, que conta com cerca de 11 mil curtidas no Facebook, postou:

Apesar da gravidade do caso, os seguidores deram razão ao post. Enquanto um deles afirmava que se tratava de puro “vitimismo” ela ter ficado cega por conta da reação desproporcional da PM, outra afirma que “se [Fabri] estivesse em casa não teria perdido sua visão”.

Enquanto isso, jornalistas como Reinaldo Azevedo responsabilizaram a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) pelo caso envolvendo Fabri.

Pior do que isso, em sua coluna na revista Veja, Azevedo questiona a veracidade da agressão contra Fabri: “A causa de agora já tem mártir. A estudante Deborah Fabri, de 19 anos, diz ter tido o olho perfurado por alguma coisa — não está claro por qual coisa — num protesto”.

Para terminar, de forma agressiva, escreve que os únicos trabalhadores na rua são os policiais militares — e não os milhares de manifestantes que protestam contra Michel Temer desde segunda-feira (29).