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Grupo que divulga táticas para ‘exterminar a esquerda’ treina em Brasília e é investigado

De Guilherme Caetano e Bruno Góes no Globo.

Com ameaças ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), grupos mais radicais no apoio ao presidente Jair Bolsonaro vêm ganhando protagonismo nas manifestações em favor do governo federal. Nas últimas semanas, assumiram a linha de frente dos atos antidemocráticos em Brasília. Com forte poder de penetração junto a aliados do presidente, um deles tem chamado a atenção e ganhado cada vez mais adeptos.

Liderado pela ativista Sara Winter, ex-integrante do grupo ucraniano Femen, o “300 do Brasil” tem divulgado manifestos sugerindo o uso de táticas de guerrilha para “exterminar a esquerda” e “tomar o poder para o povo”. O nome é uma referência aos 300 de Esparta, filme baseado numa história em quadrinhos que conta a saga de três centenas de guerreiros espartanos que lutaram até à morte para defender seu território.

Criado no mês passado, quando a ativista começou a recrutar voluntários num grupo do aplicativo Telegram, o grupo hoje soma 3,2 mil participantes. Alguns deles permanecem acampados há dias na Esplanada dos Ministérios e dizem que apenas sairão de lá “quando Rodrigo Maia cair”, referindo-se ao presidente da Câmara.

Com objetivos díspares como “recuperar a soberania nacional e buscar a independência econômica da China”, além de “combater o totalitarismo da esquerda e os mecanismos de corrupção da classe política tradicional”, o acampamento oferece aos voluntários, desde o dia 27 de abril, treinamentos “com especialistas em revolução não violenta”.

Na semana passada, apoiadores do presidente agrediram jornalistas que acompanhavam manifestação que terminou em frente ao Planalto. O caso está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República.

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