Bolsonaristas e parte da imprensa se calam sobre offshore de Guedes, diz analista de dados
O escândalo da offshore de Paulo Guedes movimenta o Twitter desde ontem (3). O analista de dados Pedro Barciela compilou a repercussão do caso na rede social. Segundo ele, há “silêncio constrangedor” de bolsonaristas e de parte da imprensa.
Somente 4,3% das menções ao nome do ministro foram feitas por apoiadores do presidente. Aparecem em destaque nomes da oposição que repercutiram o caso nas redes, como Guilherme Boulos, Marcelo Freixo e Paulo Pimenta. Veja:
As denúncias contra Paulo Guedes geraram um grande volume de menções nas últimas 24h. No entanto, o que mais chama atenção é o silêncio constrangedor de dois clusters: o bolsonarista (com menos de 4.3% dos usuários em laranja) e de parte significativa da imprensa brasileira. ?♂️ pic.twitter.com/Nqq0THohUd
— Pedro Barciela (@Pedro_Barciela) October 4, 2021
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Jornais da grande imprensa ignoraram caso em suas capas
Não é só no Twitter que a grande imprensa fingiu que a offshore de Paulo Guedes não existe. Nas capas de jornais, somente a Folha de S. Paulo lembrou da notícia. “Empresa offshore de Guedes gera questionamento”, escreve o veículo na capa, em um pequeno espaço abaixo da manchete.
O caso está entre uma notícia sobre os riscos de haitianos trocarem o Brasil pelos EUA e a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) liberar showmícios. A matéria sobre o caso do ministro da Economia foi publicada ontem.
O Valor Econômico, o Estadão e O Globo seguiram ignorando o fato.
A offshore milionária de Guedes
A Dreadnoughts International, uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, foi criada em 2014. À época, Guedes era economista e sócio da Bozano Investimentos. Nos meses seguintes, ele aportaria US$ 9,54 milhões — o equivalente, hoje, a mais de R$ 50 milhões — na conta da offshore, numa agência do banco Crédit Suisse, em Nova York.