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Guerra na família Odebrecht pode resultar na anulação das delações “super premiadas”

Norberto, Emilio e Marcelo Odebrecht

De Thiago Bronzatto na Veja.

Nos últimos meses, Emílio Odebrecht e seu filho Marcelo vêm travando uma batalha judicial que tem como origem uma montanha de dinheiro. O patriarca alega que o seu filho utilizou o seu acordo com a Operação Lava Jato para engordar a própria conta bancária. Já o jovem empresário afirma que o seu pai quer asfixiá-lo financeiramente. Em meio a essa disputa, que se estendeu pelos tribunais, foi exposta uma tabela com registros de pagamentos de meio bilhão de reais em indenizações para Marcelo e outros 77 executivos da empreiteira que toparam colaborar com a Justiça.

O documento, anexado aos processos judiciais entre Marcelo e a Odebrecht, revela que ex-funcionários da empreiteira foram recompensados com uma indenização após fecharem uma delação premiada com o Ministério Público Federal e serem desligados da companhia. Os pagamentos mensais somados à assistência médica e à cobertura de segura de vida foram aprovados pelo conselho de administração do grupo. Um ex-diretor, por exemplo, ganhou o direito a uma mesada de 134.298 reais ao longo de dez anos. Uma ex-secretária deve receber até 2021 uma remuneração mensal de 26.039 reais. Além disso, todas as multas com a Justiça foram assumidas pela empreiteira.

Marcelo, sozinho, levou a maior parte da bolada. Ao todo, ele foi contemplado com 268 milhões de reais, sendo 73 milhões para quitar a multa judicial, 143 milhões de reais a título de compensação e mais 52 milhões de reais em bônus por serviços prestados como presidente da empreiteira no período de 2013 a 2015.

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