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Gustavo Bebianno, presidente do partido de Bolsonaro, diz que “tem muito heterossexual que é viadinho nas atitudes”

Reportagem de Bruno Abbud no Globo informa que, antes de se tornar presidente do PSL, partido do candidato à Presidência que lidera as intenções de voto sem Lula no páreo, Gustavo Bebianno enviou um e-mail ao gabinete do deputado Jair Bolsonaro. Com um currículo anexo, ofereceu-se como soldado na batalha a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Quis fornecer ajuda jurídica voluntária ao deputado que pregava contra o PT ainda em 2014, já preparando o terreno para 2018. Foi ignorado.

De acordo com a publicação, quatro anos depois, filiado ao nanico PSL desde janeiro, transformado em braço-direito do presidenciável e especulado como ministro da Justiça em um eventual governo Bolsonaro, atualmente controla um caixa de R$ 537 mil mensais do fundo partidário, além de um total de R$ 9,2 milhões do fundo eleitoral. Antes de conhecer Bolsonaro, pediu ao sogro, coronel do Exército, que tentasse arranjar um encontro com o capitão em Brasília. Tentou se aproximar por meio dos filhos do deputado. Nos dias subsequentes, passou a frequentar o Campo de Golfe Olímpico, onde fica a agência de Gutemberg, também na Barra da Tijuca, ofertando ajuda jurídica à equipe de pré-campanha. No gabinete em Brasília, conheceu Julian Lemos, vice-presidente do PSL, com quem divide a coordenação da campanha.

O jornal também afirma que, em 1990, depois de receber a faixa preta de jiu-jitsu, o advogado trancou o curso de Direito na PUC do Rio e foi tentar a vida dando aulas da arte marcial em Miami. Abriu uma academia na cidade que chegou a ter cem alunos. Mas, quatro anos depois, voltou ao Rio para retomar os estudos. Em 2006, voltou à Flórida, desta vez como sócio de Rilion Gracie, um dos filhos da família de lutadores. Investiu cerca de US$ 60 mil em uma academia com Gracie, com quem treinava desde os 18 anos em Ipanema. Em 2008, voltou ao Brasil. Aos 54 anos, com a coluna desgastada pelos anos de tatame, hoje só treina boxe.

Nas últimas semanas, são frequentes os desentendimentos entre Bebianno e apoiadores de Bolsonaro espalhados pelo Brasil. Depois que uma mensagem apócrifa que acusava o presidente e o vice-presidente, Julian Lemos, de terem vendido “candidaturas a governo de estados por milhões de reais”, ele foi denunciado por apoiadores de fazer telefonemas em tom de ameaça. Em um vídeo ao qual O Globo teve acesso, aparece chamando um interlocutor de “viadinho”. “Perdi a razão, estava com sangue quente, errei”, diz Bebianno, acrescentando: “ser viadinho não tem a ver com a opção sexual. Tem muito heterossexual por aí que é viadinho nas atitudes”.

Pré-candidato a deputado federal pelo PSL em Pernambuco, Rômulo Bittencourt, que é fundador de 65 grupos de WhatsApp de apoio a Bolsonaro, diz ter sido ameaçado por Bebianno. “Quando divulguei esse texto, o Gustavo Bebianno me ligou, me ameaçou, me xingou, falou um bocado de palavrão. Disse que ia me dar um murro na cara”, completa o Jornal O Globo.

Gustavo Bebianno, um dos homens de confiança de Bolsonaro. Foto: Reprodução/YouTube