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“Há um cansaço geral do impeachment”, diz historiador ligado ao PSDB

Do historiador Boris Fausto, na Folha:

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Os atos pró-impeachment do dia 13, que reuniram menos pessoas, também são um reflexo desse momento?

Posso estar aqui repetindo algo banal: o impeachment é um ato jurídico, mas também em grande medida um ato político. Ele depende, portanto, de certos elementos políticos e daquilo que se chama de “a voz das ruas”.

É difícil dizer que as ruas recuaram ou que foi um fracasso, mas esta primeira manifestação [pós-aceitação do pedido], em um momento impróprio, às vésperas das festas de fim de ano, reuniu 40 mil pessoas em São Paulo. Não é um número irrisório. Mas é evidente que assistimos uma queda gradual em relação a março. Minha impressão é que há um cansaço geral.

Em que sentido?

Acreditar que o Brasil avance muito com a substituição da Dilma por um conjunto de forças que tenha Michel Temer na presidência é algo discutível. Abriria uma luz nesta situação de absoluta paralisia que o país se encontra, mas não entusiasma tanto quanto poderia se houvesse um nome capaz de dar o rumo a este país.

Nem na oposição?

A oposição não conseguiu se manter como oposição coerente. O PSDB se desfigurou como partido que sonhava ser um partido social-democrata. Hoje é um aglomerado e dificilmente mereceria um rótulo de um partido que tem um caminho claro, definido.

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