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“Há uma tentativa de encontrar elementos para justificar o que não se justifica”, diz Cardozo

Do Uol:

 

O ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), José Eduardo Cardozo, declarou nesta sexta-feira (8), em entrevista coletiva, que acredita que os deputados vão perceber a “fragilidade” do parecer do relator da comissão do impeachment.

“Esse relatório expressa um desejo político de afastar a presidente. […] Eu confio que o relatório não será aceito, […] que o Parlamento perceba a fragilidade desse relatório”, declarou, demonstrando confiança. “A sensação que dá é que se parte [no relatório] de uma visão política. Se abre [o parecer] dizendo que não é isso, mas no desenrolar do relatório é assim que as coisas procedem.”

O parecer começou a ser debatido na tarde de hoje pelos membros da comissão que analisa o pedido de abertura de processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. O documento será votado pelo colegiado na próxima segunda-feira (11).

O ministro reafirmou argumentos da defesa da presidente e voltou a rebater o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que votou pela abertura do processo de impedimento da presidente.

“A leitura detida desse relatório demonstra claramente a existência de equívocos jurídicos, técnicos, de concepção. Revela conceitos equivocados e, portanto, uma construção que nos parece inadequada do ponto de vista da conclusão proposta”, afirmou.

Apesar de ter apontado uma série do que ele classificou de “irregularidades” no parecer, Cardozo disse que não pretende acionar a Justiça até que o documento seja analisado e votado, tanto na comissão especial quanto no plenário da Câmara. “Eu espero que não seja necessário acionar o Supremo”, declarou.

“Eu faço essa defesa com tristeza porque nunca imaginei que eu tivesse que  defrontar isso no meu país, depois da Constituição de 1988. Esse é um componente de tristeza. Mas tem um componente muito forte de que estou defendendo a causa certa”, encerrou o advogado-geral da União.