Haddad: Quem vai reparar o prejuízo institucional sofrido pelo BNDES?

Da coluna de Fernando Haddad na Folha:
O Estado moderno é o Estado emancipado da propriedade e da religião. O Estado moderno não abole a propriedade ou a religião, mas se emancipa tanto de uma como da outra. O Estado que não se emancipa da religião é teocrático. O Estado que não se emancipa da propriedade é patrimonialista.(…)
Petrobras, Eletrobras, Banco do Nordeste, Capes, CNPq e, claro, BNDE(S), dentre outras instituições, nasceram do trabalho de técnicos nacionalistas que viravam noite redesenhando o Estado nacional (os boêmios cívicos, como Getúlio os chamou).(…)
Penso que Lula pretendia retomar esse padrão de desenvolvimento, adequando-o à nova conjuntura. Lula nunca negou que queria apoiar o capital nacional, estatal e privado, sem discriminação, e não mediu esforços para internacionalizar nossas empresas, usando seu prestígio pessoal para lhes abrir novos mercados.
Nesse período, o BNDES foi acusado pela oposição de adotar a política dos chamados campeões nacionais, uma política patrimonialista de crédito subsidiado para os amigos do rei. Gestores tiveram sua reputação atacada. Milhões foram gastos em auditorias para abrir a tal caixa-preta do BNDES. Quem reparará o prejuízo institucional?