História da Igreja Universal é manchada com prisão de Crivella

Da coluna de Thiago Prado no Globo:
A igreja Universal do Reino de Deus coleciona processos judiciais que apuram se a instituição lava dinheiro com as doações de fiéis e já teve até o seu líder e fundador Edir Macedo detido por 11 dias nos anos 90 acusado de charlatanismo. Tudo muito mais conectado à trajetória empresarial e religiosa do grupo neopentecostal do que ao seu projeto de expansão política.
A prisão do prefeito Marcelo Crivella essa manhã no Rio avança algumas casas na história de escândalos da Universal: atinge em cheio o projeto de poder da igreja após uma experiência mal sucedida de quatro anos no poder executivo carioca; e torna alvo dois parentes diretos de Macedo que estão na vida partidária – além de Crivella, seu sobrinho, Mauro Macedo, primo e ex-tesoureiro das campanhas do Republicanos no Rio.
Antes de Crivella, lideranças relevantes da Universal na política já haviam sido acusadas de corrupção no passado. Quando a igreja ainda não tinha um partido para chamar de seu, Carlos Alberto Rodrigues Pinto, mais conhecido como Bispo Rodrigues, foi homem forte de Macedo no antigo PL. Ele acabou investigado por envolvimento com as máfias dos bingos (caso Waldomiro Diniz) e dos sanguessugas. Foi condenado pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, por integrar o esquema do mensalão na era Lula. (…)
Seria a primeira oportunidade da Universal governando uma importante capital brasileira e não apenas tendo voz no Congresso. Uma administração rejeitada por mais de 60% dos cariocas – derrotada nas urnas em novembro – e a prisão sepultam de vez o plano de voo de Macedo para o seu sobrinho.