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Homens são escravizados em igrejas evangélicas no Rio: “Se reclamar, não sai vivo”

Escravizados eram mantidos em local insalubre em comunidade terapêutica do Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

Uma comunidade terapêutica no Rio de Janeiro, mantida por igreja evangélica, escravizou ao menos cinco internos por cerca de quatro meses. As vítimas foram forçadas a trabalhar sem remuneração e submetidas a castigos e condições insalubres, como comer comida estragada e dormir em colchões infestador por percevejos. A informação é da coluna de Juliana Dal Piva no UOL.

As vítimas foram libertadas em abril e em agosto deste ano em operações do MPT (Ministério Público do Trabalho) e da Superintendência Regional do Trabalho do Rio, que teve apoio da Polícia Federal, e realizaram ações também em outras igrejas. Os homens, a maioria negros, dependentes químicos e de baixa renda, foram atraídos por promessas de cura baseada na fé.

Nenhum deles recebeu tratamento médico ou psicológico. Eles foram forçados a trabalhar na instituição e em comércios e canteiros de obras na região por até 12 horas ao dia, tendo a remuneração confiscada por um pastor. As vítimas relatam que tiveram seus documentos confiscados e o contato com as famílias interrompido.

Após se revoltar com a exploração, um dos homens escravizados decidiu sair do local e recebeu uma ameaça de morte. “Se você ficar reclamando, daqui você nem sai vivo. E sua família não acha nem seu corpo”, afirmou o pastor responsável pela instituição, segundo um ex-interno.

O caso ocorreu na Casa Cristã de Reabilitação Alcance Vitória, controlada pelo Ministério Alcance Vitória em Cosmos, zona oeste carioca. O responsável pela instituição, segundo as vítimas, era o pastor Jackson Almeida, que negou as acusações mas fez acordos com o MPT para pagar indenizações aos ex-internos.

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