Homosexualidade entre animais é mais comum do que parece; pesquisa lista mais de 1.500

Mais de 1.500 espécies de animais, incluindo aranhas, golfinhos e primatas, apresentaram comportamento homossexual, segundo um estudo publicado na revista PLOS One. Pesquisadores das universidades de Toronto, Northwestern e Varsóvia entrevistaram 65 especialistas, descobrindo que 77% deles observaram comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo nas 52 espécies estudadas. No entanto, 52% não coletaram dados e apenas 18% publicaram artigos sobre o tema.
A subnotificação desse comportamento não se deve a desconforto ou razões sociopolíticas. Muitos pesquisadores apontaram que as revistas científicas podem ser tendenciosas quanto à publicação de tais observações. A principal razão para a falta de registros é a percepção de que esses comportamentos são raros ou não prioritários nas pesquisas.
“Muitos entrevistados relataram que a falta de registro de dados ou publicação se devia à percepção de que isso era muito raro”, explicou Karyn Anderson, doutoranda em Antropologia Evolutiva na Universidade de Toronto.
O estudo também sugere que a ideia de que o comportamento homossexual entre animais é limitado ou “não natural” ainda é usada em debates sobre a ética da homossexualidade humana. Contudo, essas discussões homofóbicas estão sendo refutadas à medida que mais estudos são conduzidos. Josh Davis, escritor científico do Museu de História Natural de Londres, destacou que a situação melhorou com o tempo, apesar dos receios históricos dos pesquisadores de serem associados ao comportamento ao publicarem sobre ele.