Hospitais do DF têm corpos espalhados no chão e fila de 400 pessoas para a UTI

De André Borges no Estado de S.Paulo.
Com o sistema de saúde em situação de calamidade pública no Distrito Federal, corpos de vítimas de covid-19 tem ficado à espera de deslocamento em corredores de hospitais e até dispostos no chão. Imagens gravadas por servidores de unidades localizadas no Guará e em Ceilândia, regiões do entorno de Brasília, mostram um corpo ensacado no piso. Em outra situação, há uma vítima da doença já sem vida enrolada em panos, sobre uma maca.
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A rede de atendimento está esgotada. Números atualizados pelo governo do Distrito Federal mostram que, na tarde de segunda-feira, 22, há 411 pacientes que aguardam uma vaga de UTI para tratamento contra o coronavírus. A rede de 432 leitos de atendimento intensivo de hospitais privados está quase toda tomada, com apenas cinco vagas disponíveis. A pressão recai sobre os 409 leitos de covid-19 da rede pública.
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A reportagem do Estadão questionou a Secretaria de Saúde do DF a respeito dos corpos dispostos no corredor e no chão nos hospitais públicos. Sobre o caso ocorrido em Ceilândia, a secretaria de Saúde afirmou que o corpo ficou no corredor porque “houve, sim, um atraso no procedimento em função do volume corporal e a indisponibilidade, naquele momento, de invólucro compatível com as dimensões do corpo”.
Segundo a Secretaria de Saúde, o corpo foi transferido para a área de anatomia, “até a remoção pela funerária em uma urna compatível com o volume corporal”.
A respeito do corpo colocado no chão no Hospital Regional do Guará, a direção do hospital informou que os corpos que aparecem na imagem não estariam no chão, mas sim “sobre um tablado de madeira enquanto aguardavam transição para o serviço funerário”.
“São casos isolados e precisam ser vistos dessa forma para que não sejam divulgadas informações equivocadas para a população do DF”, declarou a Secretaria de Saúde.
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