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Hospital da PM no RS testa proxalutamida, a “nova cloroquina”, sem aval da Anvisa

Cerca de 50 pessoas internadas no hospital público em março deste ano teriam recebido a droga. Foto: Osmar Nólibus / BM

Pacientes com covid, que estavam internados no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre (RS), foram medicados com proxalutamida. O remédio que é fabricado na China é tratado por Bolsonaro como “a nova cloroquina”.

Na época, não havia liberação para importação, por parte da Anvisa, e, muito menos, para testá-lo em humanos. A informação é do Matinal Jornalismo.

Em março, uma policial militar precisou ser encaminhada às pressas para o hospital. Ao ser internada, ela afirmou ter sido abordada por dois capitães-médicos. Eles perguntaram se ela aceitaria participar de um “estudo” com um novo medicamento, a proxalutamida, que estava sendo testada contra o coronavírus no hospital.

Ela revelou que, apesar de estar “tonta” e “sem pensar claramente”, por estar com falta de ar, concordou. “Tomei porque quando a gente tá mal, se for para ficar bem, tomamos o que o médico oferecer”. Em seguida, assinou uma espécie de termo de consentimento, sem ler direito. Cerca de 50 pacientes também receberam a proxalutamida.

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Medicamento

A “nova cloroquina”, proxalutamida inibe os efeitos de hormônios masculinos. Inicialmente, foi criado para tratamento de câncer de próstata e de mama, em estágio avançado. Desde o início da pandemia, especula-se que poderia, também, ter efeitos positivos contra o coronavírus, o que jamais foi comprovado, inclusive em estudos realizados com a droga.